As transformações que se sucederam nas últimas quatro décadas na sociedade portuguesa são por demais evidentes. Ninguém fica alheio às mudanças que ocorreram na economia, na tecnologia, nas diferentes formas de comunicação, nas novas formas de expressão cultural nas relações comerciais e laborais e até nas próprias relações interpessoais.
Integrado nesta sociedade em convulsão e numa sociedade cada vez mais global, também o sistema educativo tem necessariamente uma nova configuração, sendo o ensino de elite substituído por um ensino de massas. Se trazer todos à escola foi talvez a maior conquista do ensino no século XX, obter um ensino de qualidade para todos, atendendo às especificidades de cada um, será o grande desafio da escola no século XXI.
Sem querermos cair em generalizações falaciosas, consideramos que atualmente é aceite que uma boa escola seja aquela que produz maior valor acrescentado, isto é, aquela onde, atendendo ao ponto de partida dos alunos, se obtém uma maior progressão do desenvolvimento desses alunos. Essa melhoria implica o desenvolvimento integral do aluno, comportando não só competências intelectuais, mas também competências sociais, morais e afetivas. A construção de uma boa escola terá de passar por uma reorganização, tendo como base a inovação educativa devidamente partilhada e assumida por todos os elementos intervenientes na comunidade escolar, ou seja, as mudanças têm sobretudo que surgir internamente. Definitivamente, o repensar da escola tem que passar por uma nova forma de a encarar, transformando-a num espaço onde todos os alunos estejam com vontade de estar, onde se envolvam com o que fazem e onde os alunos consigam aprender pelo seu trabalho e sejam capazes de construir o seu próprio saber. A escola deve ter um novo sentido e ser um lugar onde os alunos reconheçam o interesse e a utilidade do que estão a fazer para a sua formação pessoal e social e não apenas pelos benefícios que poderão advir no futuro. A escola tem que ser transformada num local onde os alunos devem estar pelo gosto de aprender, assumindo responsabilidades de seres pensantes e intervenientes, capazes de contribuir individualmente para um projeto coletivo.
É para esta nova escola que devemos assumir o nosso compromisso.
A Diretora, Luísa Sardo